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Teatro de Rio Grande e Complexo Cultural

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O anteprojeto ora apresentado, objetiva fundamentalmente estabelecer um marco arquitetônico preliminar e, com isso, estimar um custo para a execução da obra, e programar financiamento, no caso, mediante Leis de Incentivo à Cultura. Mesmo com esse caráter preliminar, a obra de um teatro reveste-se em seu projeto, de certa complexidade funcional e formal, condições que devem ser minimamente solucionadas para permitir a devida aproximação orçamentária. O programa de necessidades inicialmente fornecido leva a um apreciável consumo de área a ser construída, razão pela qual é intuída na diretriz do projeto a possibilidade de edificá-lo por partes, sem o prejuízo de sua funcionalidade e forma, favorecendo assim a dosagem dos investimentos conforme a hipótese adotada, desde a construção total, ou as partes que forem viabilizadas economicamente. Para o favorecimento desta idéia a estrutura física da obra foi modulada em 5,00m x 5,00m, a qual ainda pode ser subdividida em sub-módulos de 1,25m x 1,25m, adequado para atividades não residenciais.

            Visto dessa maneira, conclui-se da coerência de realizar um anteprojeto capaz de conduzir a uma construção cujo programa é completo, podendo, no entanto, ser executado em fases, assegurando sua integridade para o caso de, no momento ou no futuro ser completado. 

1 - Partido Geral 

  1. 1 – Planta

É proposto implantar dois espaços de apresentações, arranjados em planta em situação oposta a partir dos palcos (P1 e P2), viabilizando implantar as áreas similares quanto ao uso, segundo uma proximidade favorável ao melhor funcionamento, não só na circulação (artistas e público), mas na instalação de equipamentos.

 ​1.2 Volumetria 

            Volumetricamente a questão se resolve em uma altura equivalente a quatro pavimentos, formando um bloco de forma retangular, para o caso a mais racional na solução dos problemas que foram postos, com maior economia.

Este volume, de certa forma funciona como uma envolvente transparente de outro mais opaco, interno, que abriga as salas de espetáculos e que emerge na altura em função da caixa cênica. Esta estratégia formal, da “caixa preta” dentro da “caixa transparente” dá veracidade e compreensão visual fácil do conjunto.

  1. 3 - Circulações 

            Nos extremos ( ) e ( ) existem as entradas de publico as quais se dão em forma de rampas (acessibilidade universal), escadarias e elevadores. Nos demais níveis (3), circulações horizontais periféricas levam a todas as dependências do complexo favorecendo inclusive as saídas nos finais dos espetáculos. As circulações laterais são como ruas longitudinais internas no edifício dispostas entre o volume dos teatros e a pele transparente, oportunizando vistas consideráveis por quem aí circula, ou ao contrário, percepção da vitalidade do edifício, de quem está no espaço público, principalmente à noite, quando o edifício se transforma em uma espécie de “lanterna urbana” ou farol.

1.4- Pavto. Térreo – Acessos, Garagens e Serviços 

            No nível do pavimento térreo ocorrem 20 vagas de estacionamento cobertos assim como a implantação parcial dos serviços do teatro, acesso de artistas e locais de acesso para frequentadores às bilheterias. Este pavimento também abriga as paredes inferiores dos palcos, acessos de carga e ainda por permitir farta circulação de ar, favorece a redução de umidade ao nível do solo, fenômeno de apreciável importância na região de Rio Grande. Desta forma se cria igualmente uma operação topográfica com taludes gramados, perfurações, rampas e balanços que fazem o edifício intergrar-se na paisagem como se estivesse brotando dela. Por fim a possibilidade de acesso de automóvel no “túnel” criado sob a laje da entrada principal do teatro propicia o embarque e desembarque de veículos particulares e taxis para o público, de forma abrigada, dando acesso diretamente ao vestíbulo com as bilheterias. 

1.5 – Segundo e terceiro pavtos. – Acessos principais e Plateias 

            Ocorrem a partir do nível do terceiro piso onde se situam os acessos e as saídas pelo próprio piso ou no piso inferior, diretamente na circulação periférica para o caso do teatro. Para leste há ainda um mezanino com acesso em nível. A plateia do anfiteatro exterior situado no parque terá seu palco (P3) situado no nível 3,15 com anteparo acústico e laterais para apoios de auto falantes, localizados sobre um espelho d’água que previne acessos indesejáveis aos espetáculos. 

1.6 - Plateia Móvel 

            Um trecho da plateia do teatro poderá ser móvel de tal forma que parcialmente poderá ter seu piso e poltronas recolhidas para um depósito sob a parte restante ficando assim constituída de um espaço plano e dois mezaninos. Há também um espaço de poltronas retiráveis para acomodar mesa de som no meio da plateia conforme indicado no corte longitudinal e na planta. Também é previsto o fosso móvel para orquestra o qual, quando não utilizado para seu fim, comportará a instalação de mais poltronas. 

1.7 - Áreas Funcionais e Administrativas 

            Estas áreas cujo programa foi fornecido acham-se indicadas genericamente nas plantas do projeto como espaços disponíveis para implantação das várias funções previstas, às quais será nominada por ocasião da elaboração dos projetos definitivos, fase em que é possível o detalhamento destas locações. Não é o caso dos camarins que já nascem com os locais determinados , assim como os espaços de público, vestíbulos e os sanitários.           

  1. 8 - Restaurante, bares e cafés 

A proposta prevê a distribuição de espaços gastronômicos no complexo de maneira a criar novos pontos de encontro ao meio cultural de Rio Grande. No segundo pavimento, com pé direito duplo e ampla vista para o mar, está previsto espaço que comporta restaurante/ bistrô com boa infraestrutura. No pavimento térreo e no segundo, há previsão de espaços para bomboniére e quiosque de café dirigidos ao público dos teatros. Por fim, sob a plateia do anfiteatro exterior, no nível do parque público, na face principal voltada para a cidade, a previsão de uma série de espaços para cafés, bares, confeitarias, etc., com possibilidade de mesas ao ar livre em varanda longitudinal. Este conjunto, com boas chances de se tornar o novo “point” da cidade, tem potencial de incrementar a renda do complexo cultural. 

  1. 9 – A Caixa cênica 

A caixa cênica do teatro principal deverá obedecer as dimensões e condições técnicas adequadas ao teatro contemporâneo com instalações e equipamentos modernos a serem projetados no desenvolvimento do trabalho. Seu volume previsto preliminarmente emerge da composição criando volume visualmente protagonista, que poderá ser revestido com material nobre, como aço patinável, por exemplo, fazendo alusão a tradição naval de Rio Grande.  No topo superior deste volume, local mais visível à distância do complexo, a proposta é criar iluminação em forma de coroa, em todo o perímetro do volume, que com iluminação arquitetônica de vaias colorações, sinalizaria, à distância, tanto para a cidade quanto para a água, a realização de espetáculos. 

  1. 10 - O Quarto Pavimento

             Além do mezanino e o vazio da plateia, este pavimento terá nos dois extremos dependências administrativas e equipamentos do ar condicionado (schiler).   

  1. 11 – Cobertura 

            Finalmente a cobertura terá dois terraços visitáveis nos dois extremos, parcialmente cobertos e que constituem arremate superior do prédio e reservatórios de água potável e de incêndio. 

2 – A Questão do Segundo pavimento 

            O segundo pavimento, no caso, é o palco e boa parte da plateia e por consequência o segundo auditório o qual após constar no programa de necessidades, integrou-se na estrutura e concepção do projeto. Em determinado momento surgiu a informação que a existência e recuperação do atual teatro de Rio Grande (400 lugares) tornaria dispensável estas dependências e, por questões econômicas deveria abandonar o projeto. Na nossa visão o espaço previsto pode não ser considerado um pequeno teatro, mas um auditório para ... pessoas, parte integrante do centro cultural constituído pelo Teatro de Rio Grande. Sua integração no conjunto pode enriquecê-la, além do exercício de muitas funções na cidade notadamente àquelas de reuniões da comunidade, pode servir de escola de teatro, local para convenções, biblioteca, auditório para palestras, cursos, etc. Por outro lado é possível deixá-lo no projeto mesmo sem construí-lo no primeiro momento desde que se façam pequenas alterações no posicionamento dos camarins do teatro e aguardar o momento oportuno de sua realização.

Arq. Moacyr Moojen Marques, 2014

Projetos

 

Arquitetura, Paisagismo, Comunicação Visual, Coordenação Técnica:

MooMAA – Moojen & Marques Arquitetos Associados

Arq. Moacyr Moojen Marques, Arq. Sérgio M. Marques, 

Colaboração: Arq. Valentina M. Marques, Acad. Lucas C. M. Marques. 

Assessorias

 

Projeto Estrutural:

Simon Engenharia

Eng. Charles Simon

 

Instalações de Ar Condicionado, Elétricas e Hidrossanitárias:

SPM Engenharia

Instalações de Prevenção contra Incêndio:

Servincêndio

Acústica:

Atelier Sul

PROMOÇÃO

 

Prefeitura Municipal de Rio Grande

 

Prefeito

Alexandre Lindenmeyer

Secretário da Cultura

Ricardo Freitas

 

Assessor Cultural

Carlos Caramez

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